Pelada de Sábado celebra 55 anos com histórias de gerações e muita bola rolando
Há 55 anos, nascia no Clube dos Caiçaras uma tradição que hoje vai muito além do futebol. A Pelada de Sábado, como é carinhosamente chamada, é mais do que uma partida semanal: é um ritual, uma herança passada de pai para filho, onde amizade, saúde e memória dividem o mesmo campo. No último sábado, teve muita comemoração!
Desde o fim dos anos 1960, aos sábados pela manhã, um grupo de apaixonados pelo futebol se encontra para bater bola, trocar histórias e manter viva uma das mais duradouras tradições do clube. Entre os nomes que ajudaram a fundar essa confraria esportiva e que ainda batem ponto todo sábado estão Russo (Ricardo Bueno), Luizinho (Luiz Fernando Medeiros) e Fernando Sabate — testemunhas vivas de uma história que se renova a cada fim de semana, das 8h às 11h.

Uma pelada que atravessa gerações
A marca registrada da Pelada de Sábado é a convivência entre diferentes idades. O que era antes brincadeira de jovens tornou-se um elo familiar. Exemplo disso é o sócio Carlos Alberto Direito, que hoje joga ao lado do filho Digo (Rodrigo Direito), repetindo em campo o companheirismo da vida. O mesmo acontece com Carlos Gros, que continua deixando sua marca na rede, agora com assistências precisas do filho Gustavo Gros, de 20 anos.
Nosso VC de Esportes Terrestres, Fernando Cavaleiro, também integra essa corrente. Com 46 anos, ele já apresenta o universo da pelada ao filho Pedro, de apenas 9. “É muito bonito ver essa questão hereditária. É o momento em que o pessoal investe no cuidado com a saúde física e mental, principalmente a mental, porque é um momento para conversar, se distrair, um lazer que todo mundo espera a semana inteira para jogar”, comenta emocionado.
Do barro à grama sintética: o tempo passa, a essência permanece
A história da pelada também é marcada por transformações. Em algumas fotos antigas, é possível relembrar o saudoso campo de terra batida, que resistiu por décadas até ceder espaço à grama sintética, mais moderna e confortável. Mas, para muitos, o cheiro do barro molhado e os gols na lama são lembranças eternas.
Fernando recorda de uma época em que a pelada quase parou por falta de quórum. Hoje, o cenário é outro: todos os sábados, ao menos quatro times disputam com entusiasmo cada partida, mostrando que a tradição segue mais viva do que nunca.

Uma homenagem a Joel, parte da alma da pelada
Enquanto a pelada sopra suas 55 velinhas, outro nome muito querido também celebra a vida: no próximo sábado, Joel, funcionário do clube, completa os mesmos 55 anos — sendo 35 deles dedicados ao Caiçaras, especialmente ao cuidado com o futebol e com os amigos da pelada.
“Teve uma época em que o campo era de terra e chovia sexta. A gente tinha dúvida se ia conseguir jogar no sábado, porque o campo estaria muito molhado. O Joel chegou a secar o campo com espuma de colchão! E ninguém tinha pedido isso pra ele. É o jeito dele, de ir além das obrigações. Ele gosta muito da gente e faz parte dessa família que é a pelada de sábado”, conta Cavaleiro.
Mais do que um jogo, a Pelada de Sábado é um testemunho de companheirismo, perseverança e carinho. Um espaço onde o tempo parece desacelerar, e onde o gol mais bonito continua sendo o reencontro entre gerações.
Parabéns a todos que constroem essa história — dentro e fora de campo! “Não é apenas futebol”, como eles dizem.

Joel, funcionário há 35 anos, na época em que o campo era de terra batida