Clube dos Caiçaras

Hora de passar o bastão. Ou melhor, o timão. Depois de quase 6 anos à frente da Vice-Comodoria de Náutica, Sérgio Aquino dá a vez para a, até então Diretora de Vela, Lucy Freitas, uma escolha de confiança do Comodoro Evandil Bandeira Jr. Sai uma figura que transborda conhecimento histórico, que manteve os interesses do setor vivos quando a Náutica entrou no plano de reformas; entra outra, nutrida de visão de futuro, mãe de um dos mais promissores velejadores do clube, que enxerga a possibilidade de formar na vela desde iniciantes até atletas de alto rendimento.

Aos 73 anos, Sergio Aquino brinca que, agora, só veleja se for de turista. No final dos anos 80, entrou para a diretoria de Náutica nas mesmas condições de Lucy: seu filho, André Aquino, velejou por 7 anos pelo Caiçaras, e aos 14, foi o único sócio Campeão Mundial de Optimist. Depois, Aquino deixou o cargo, e foi explorar todos os outros esportes do amado clube.

Trinta anos depois, o ex-Comodoro Victor Polonia o convidou para ser o VC de Náutica. Havia uma boa equipe de competição e a ideia era criar uma Náutica “paralela”, social, seguindo o modelo de resorts. Obras foram feitas para esse objetivo, tendo como ponto alto a retirada de um portão que separava a área do restante do clube. A Náutica passava a ser de todos os sócios.

“Assim, atraímos os sócios para que pudessem frequentar a Lagoa. Compramos pedalinhos, pranchas de SUP, caiaque e o principal, o boião inflável rebocado, que as crianças adoram. Nascia o Open Náutica. Além disso, a inauguração do Bar da Náutica ajudou a atrair muitos sócios”, conta Aquino.

Por outro lado, a equipe de competição vinha se esvaziando nos últimos anos e a vela, que sempre foi um esporte tradicional do Caiçaras, perdeu destaque no cenário nacional. Lucy entra com o desafio de resgatar essa tradição, tendo como pontapé inicial a troca da empresa que dá aulas:

“A CL Vela, do Lula e da Cíntia, tem um grande know-how, e nosso objetivo é não somente fazer crescer novamente a categoria de Optimist a ponto de competir, mas também motivar os adultos a velejarem nas categorias posteriores, para que a Náutica do Clube dos Caiçaras seja um lugar de encontro das famílias. Hoje, o espaço onde os barcos vão ficar está sendo ampliado, assim como o restaurante. Então, temos um ambiente super convidativo e, mais seguro para dar início ao conhecimento da vela no Rio de Janeiro, impossível”, diz Lucy.

Promessa do Caiçaras, o filho de Lucy, Felipe Freitas, agora com 14 anos, iniciou na vela há pouco tempo: com 12 anos, numa colônia de férias pós-pandemia. Vem colecionando algumas medalhas, com destaque para o Campeonato Brasileiro de 2023, em que ficou em 3º lugar Juvenil Estreante. Esse é seu último ano na categoria Optimist, já que vai completar 15 anos. Um sonho? Voltar a compor, ainda este ano, uma equipe representando o Caiçaras em competições cariocas e nacionais e, para o ano que vem, integrar a Vela Jovem do clube.