Histórias de vida: na Fifa, João Marcos Siqueira fala das leis do futebol brasileiro
A relação de João Marcos Siqueira, Vice-Comodoro Jurídico, com o Caiçaras é bem antiga. “Sou nascido no clube. Tenho registros fotográficos da minha mãe grávida no Caiçaras”, ele conta.
No clube, ele pratica tênis, futebol e futevôlei. “Aqui eu cresci e nesse ambiente harmonioso venho orgulhosamente criando os meus dois filhos”, afirma.
Seu avô, Geraldo Octávio Guimarães, foi Comodoro do Caiçaras e também fundador da Instituição Caiçaras de Assistência Social (Icas).
Apesar de admitir que nunca lhe ocorrera o desejo de ocupar qualquer posto administrativo, a relação familiar com o clube pesou na decisão quando foi convidado a assumir a Vice-Comodoria Jurídica.
“Este ano, recebi o convite do Comodoro. Embora nunca tenha pensado nisso, achei por bem aceitar o convite para retribuir um pouco do que o clube fez por mim e continua fazendo pelos meus filhos. E claro, acho que o meu avô lá de cima deve ter ficado feliz por essa minha retribuição”.
Conferência na Fifa
Advogado de formação, João Marcos Siqueira começou sua carreira há mais de 20 anos, no escritório Bosisio Advogados, do qual se tornou sócio alguns anos depois. O escritório advoga por clubes e jogadores na Justiça do Trabalho. João Marcos é também procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do basquete e do futebol, atuando na parte disciplinar desportiva.
Recentemente, o advogado foi o representante brasileiro da International Sports Lawyers Association (Isla) em evento na sede da Fifa, na Suíça. Ele foi convidado a palestrar sobre transferência de jogadores brasileiros para a Europa e sobre a Lei Pelé.
“Foi uma experiência muito rica. O evento contou com outros painéis, como, por exemplo, a exposição do gerente de futebol da equipe alemã, Werder Bremen. Pude ver de perto como funciona o sistema de transferências na Europa durante as janelas e a complexidade na contratação dos principais jogadores ao redor do mundo pelas equipes de ponta do futebol mundial”, explica.
“O futebol é um produto que rende cifras vultuosas e o Brasil ainda continua como um dos protagonistas nesse segmento. Portanto, é importante que cada vez mais estejamos antenados com as regras impostas pela Fifa. As normas que regem o futebol são muito dinâmicas, assim como o processo legislativo como um todo”, complementa.