23 de outubro de 2018

Jack Schumer, Conselheiro Vitalício: 55 anos de Caiçaras

Cinquenta e cinco anos de amor pelo Caiçaras. Assim pode-se definir a relação do Conselheiro Vitalício Jack Schumer com o clube.

Dono de uma biografia admirável, Schumer nasceu em Amsterdã. Em 1940, ainda uma criança, juntamente com os pais e o irmão, ele tentou escapar de seu país durante a Segunda Guerra em um comboio de navios que partia rumo à Inglaterra. A tentativa foi em vão: três dos cinco navios explodiram e os náufragos foram resgatados por barcos pesqueiros e levados de volta à Amsterdã.

Tempos depois, outra tentativa de fuga, desta vez, bem-sucedida: a família conseguiu chegar à Bélgica. Os pais se refugiaram em Bruxelas, e os dois meninos em um seminário de padres no interior do país. “Ficamos escondidos por três anos, até a guerra acabar. Saí de lá com 13 anos. Infelizmente, tenho memórias vívidas da época da guerra”, conta. “Posteriormente, meu pai descobriu que, além de mim e do meu irmão, outras 200 crianças foram acolhidas neste seminário pelos padres. A Igreja Católica foi muito importante, nos acolheu quando precisamos”, diz.

Finda a guerra, a família pode se reencontrar e seguir rumo à Nova York, para onde alguns parentes já haviam migrado. Foi lá que Schumer cursou faculdade de química, e o irmão, economia.

Em 1951, novamente um conflito armado mudaria o percurso da vida dos dois irmãos: os Estados Unidos estavam em guerra contra a Coréia e todos os jovens eram chamados a se alistar no Exército. “Eu estava em idade de alistamento. Meu pai não permitiu. Ele disse ‘chega de guerra, vocês já sofreram demais com isso, nós vamos dar um jeito’”, recorda.

A solução possível foi enviar os irmãos para o Rio de Janeiro. Aqui, fundaram uma empresa de importação de produtos químicos. Os pais vieram para o Brasil um ano depois. “Eles venderam a casa em Nova York e passamos a morar em Copacabana”, relembra. “Nossa sociedade prosperou muito, mas, dez anos atrás, com meu pai falecido e meu irmão doente, optamos por vendê-la”, conta Schumer que, atualmente, é aposentado.

Os novos moradores do Rio gostavam de ir a Teresópolis aos finais de semana. E foi lá que Schumer conheceu a esposa, Dinah. “Os pais dela e os meus jogavam bridge juntos”, conta. O casamento aconteceu anos depois, em 1961, e dele nasceram os filhos Victor, Daniella e Robin.

Com crianças em casa, ele queria um lugar seguro e com ar puro para levar os filhos e lembrou do Caiçaras, clube que havia visitado uma vez com o amigo Rodolfo Rogozinski, que Schumer considera como um irmão. “Ele também tinha três filhos e jogava tênis, como eu. Compramos os títulos do clube juntos”, recorda. “Eu jogava tênis depois do trabalho e aos fins de semana e minha esposa ia para a piscina com as crianças”.

Em 55 anos de clube, que lhe renderam o título de Conselheiro Vitalício, Schumer participou da diretoria financeira e do Conselho de Admissão e, junto à equipe do Comodoro César Melo, atuou na construção da piscina com borda para a Lagoa Rodrigo de Freitas. “Eu amo o clube e realmente me dediquei a ele. É para onde vou encontrar meus amigos, nos ombrelones ao lado da quadra de tênis. Batemos papo, temos muita amizade. Infelizmente, por conta de um problema no quadril, não posso mais jogar, mas estou sempre por lá. Meus filhos e meus netos também aproveitam muito”, diz. Qual a relevância do Caiçaras em sua vida? Ele não hesita em responder: “80% de necessidade!”.

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