Melhorias no tênis: confira a entrevista com o VC do esporte, Gustavo Ramos
Criar melhores condições para os atletas do tênis e envolver mais sócios e sócias no esporte estão no topo das prioridades da atual gestão para o tênis do Clube dos Caiçaras. Entrevistamos o Vice-Comodoro de Tênis, Gustavo Ramos, que conta mais sobre os planos – alguns já em execução, e outros que estão sendo idealizados, a partir das demandas dos sócios. Confira:
Quais as prioridades para o tênis do clube?
A prioridade número um, aquela que atende a todos, é melhorar a estrutura física. Estamos há 4 meses lutando com os fornecedores de saibro para que mandem um pó de melhor qualidade, avaliando resultados de reformas em outros clubes, orçando mobiliário, e neste semestre os avanços devem começar a ser percebidos. A segunda prioridade é movimentar o tênis, envolver mais sócios e sócias. O ranking masculino foi o primeiro passo, outros virão. Existe uma terceira demanda, vinda de alguns associados, para estabelecermos um modelo de treinamento para jovens tenistas. Não é simples e nem há um modelo claro, mas começamos a avaliar.
As quadras do Caiçaras sempre foram uma referência no Rio de Janeiro. O que está sendo feito para que continuem sendo?
Existe uma crença de que, se reformarmos as quadras, tudo se resolve. Não tenho tanta certeza, visto que reformamos uma das quadras durante a pandemia e duvido que alguém saiba qual foi, porque não faz uma grande diferença. Fizemos uma comparação com outros clubes sobre a drenagem e as quadras do Caiçaras são uma das primeiras, senão as primeiras, a voltar ao uso. Então, decidimos dar alguns passos bem medidos. Estamos testando tipos e fornecedores de saibro para encontrar um sem tanta pedra. Também pretendemos usar mais pó, ainda que isso aumente um pouco nossa despesa de custeio. Até fim de março, já teremos um novo piso. Vamos orçar reformas de quadras, mas não para as sete, até porque logisticamente seria um pesadelo. Se as que fizermos derem resultado, aí no outro exercício terminaremos as demais. E já orçamos a mudança do mobiliário todo, instalamos novos paus de simples e compramos dois placares que chegarão também em março.
O ranking é um sucesso? E o feminino e a garotada?
Sim, temos quase três vezes mais participantes no ranking masculino este ano e todos têm de jogar. Ainda vamos aprender muito e possivelmente fazer mudanças à frente, por exemplo no sistema de pontuação, mas parece que estamos na direção certa. No ranking feminino, tivemos apenas uma inscrição, foi um fracasso. No torneio infantil do fim do ano passado, apenas duas. Então, não parece que estes formatos façam sentido neste momento. Estamos planejando um torneio feminino num fim de semana, possivelmente em maio, para envolver o grupo e socializar. Aliás, o calendário de torneios está sendo discutido desde dezembro e será divulgado em breve, mas o ranking masculino absorveu muito da nossa atenção e energia. Eu e os diretores de Tênis Julia (Pantaleão) e Nicola (Siri) somos voluntários, e cada mudança dá um trabalho danado.
E a renovação dos tenistas do clube? Por que os melhores são os mesmos há tanto tempo? O que a administração planeja sobre isso?
Este objetivo tem que ser bem debatido, porque nossa missão é fazer as famílias de 1.500 sócios mais felizes e o clube não é de competição. A piscina de 24 metros está aí para provar. Nos demais clubes, os melhores não são jovens, com raras exceções, e temos nos destacado nos torneios, então parte do “problema” é termos bons tenistas mais velhos. E o tênis pós-Guga perdeu popularidade e ainda teve que dividir atenção com o beach tennis. De qualquer modo, movimentar a garotada não faria nenhum mal. Só não queremos dar passos em falso: o destaque do tênis do Country não treina lá, a equipe da Hípica acabou, a do Monte Líbano só ficou de pé com tenistas de outros clubes. Ou seja, é um projeto bem específico, cheio de particularidades e talvez com demanda baixa. Vamos dar uma boa revisada, com a ajuda de alguns sócios, no modelo que temos hoje para ensino de tênis infantil, e também testar uma clínica de fim de semana para a garotada.
Quais os planos para manter ou até elevar a qualidade do quadro de professores?
Estamos lançando uma pesquisa de opinião para ouvir os sócios sobre as aulas, incluindo aí condições materiais, professores, tudo. Com isso, acho que vamos ter condições de propor ajustes sem viés, porque os sócios insatisfeitos são naturalmente mais vocais que os satisfeitos. As grades de horários dos professores estão no site e ali dá para ver que não há quase horário vago, então qualquer mudança vai afetar muitos alunos e deve ser feita com cuidado. Além disso, respeitamos a história dos colaboradores. Mas existe muito espaço para melhorar e vamos avançar, de posse de mais dados.