Os guardiões do Clube: como funciona a Comissão de Admissão

Prezando pela seleção criteriosa de seus associados, e assim garantindo que a comunidade formada dentro de seus portões seja harmoniosa e respeitosa, existe um grupo fundamental no Clube dos Caiçaras, que trabalha nos bastidores: a Comissão de Admissão, um órgão integrante do Conselho Deliberativo. Vamos falar sobre ela nesta segunda matéria da série especial sobre os Conselhos do Clube.
Responsável por analisar e julgar as propostas de ingresso ao Caiçaras, essa equipe tem autonomia e exclusividade para definir quem pode ou não integrar o quadro social – o Conselho Diretor não tem ingerência, destaca seu Presidente, Eddy Steinberg, eleito pelos próprios membros da Comissão de Admissão. Eddy é sócio do clube há 45 anos.
Além dos candidatos a novos titulares, a Comissão de Admissão também avalia admissões de participantes temporários, dependentes, novos dependentes maiores de 18 anos e convidados familiares.
A missão da comissão
Para cumprir sua função, a Comissão elabora um dossiê de cada inscrito. Eddy destaca que a renovação do quadro social tem sido impulsionada pela ampliação das atividades esportivas e sociais do Clube, o que torna o trabalho intenso:
“Temos um Clube estritamente familiar, então a Comissão de Admissão tem um papel muito importante na seleção de todos que vão frequentar a ilha. Apesar de serem apenas 1.500 títulos – não é permitido desde a fundação ultrapassar esse limite – há os dependentes, os convidados familiares. Todos esses processos, mês a mês, passam pela Comissão. Em determinados meses, são cerca de 40 pastas!”.
O Presidente da Comissão de Admissão explica que, além de ser um trabalho constante e abrangente, também sofre alguma pressão externa.
“Não somos um escritório de detetive, mas muitas vezes recebemos observações dos associados sobre determinados candidatos e precisamos analisar se a queixa vai trazer problemas ao clube. Porque todos os problemas de convívios dos familiares acabam batendo na porta da Comissão de Admissão”.
Como funciona essa seleção?
A Comissão é composta por 11 membros efetivos e 4 suplentes, todos escolhidos anualmente entre os Conselheiros do Clube. Os suplentes podem ser convocados para garantir o quorum das reuniões, sendo substituídos conforme critérios de antiguidade no Conselho e no Clube.
Os membros eleitos exercem mandato de um ano e, após a eleição, reúnem-se em até 15 dias para escolher, por votação secreta, o Presidente e o Vice-Presidente. As decisões do Presidente podem ser contestadas e avaliadas pelo plenário da Comissão.
Processo de análise e julgamento
As reuniões podem ocorrer presencialmente ou de forma remota, com convocação prévia do Presidente. Para julgar admissões, é necessária a presença de no mínimo 9 membros. Durante a análise, a Comissão verifica se o candidato possui referências de pelo menos dois associados do Clube com mais de três anos de vinculação e duas outras pessoas de seu convívio pessoal.
O processo de admissão é sigiloso, e as propostas são divulgadas por 15 dias no quadro de avisos do Clube para conhecimento dos associados, que podem enviar informações relevantes à Comissão via e-mail. A análise inclui entrevista com o candidato e, quando possível, seu cônjuge ou companheiro(a). O relator do caso pode solicitar informações adicionais para embasar sua decisão.
Critérios de Aprovação
A admissão é decidida por votação secreta, exigindo aprovação de pelo menos dois terços dos membros presentes. A proposta é avaliada como um todo, incluindo candidato e dependentes, sem possibilidade de aprovação parcial.
No fim das contas, a Comissão de Admissão garante que o Caiçaras continue sendo mais do que um espaço de lazer: um verdadeiro refúgio de boa convivência e tradição.
1ª matéria da série: Conheça os Conselhos do Caiçaras, começando pelo Deliberativo