27 de abril de 2023

Do tatame para a vida: entrevista com o professor e campeão mundial de jiu-jitsu Gabriel Willcox

Campeão brasileiro de 2022 pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ) e campeão mundial pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), dentre muitos outros títulos, Gabriel Willcox dá aulas de jiu-jitsu no Caiçaras desde o ano passado. Para o atleta, o jiu-jitsu é mais que um complexo jogo de alavancas capazes de fazer com que indivíduos menores tenham chance contra os grandões. A conduta ética e os valores morais fazem do jiu-jitsu um esporte completo. Confira a entrevista:

Como foi o início de sua trajetória no jiu-jitsu?

Comecei a aprender jiu-jitsu em 1989, com 13 anos. Antes, tinha feito judô. Fui aluno dos grandes mestres Murilo Bustamante e Marcelo Alonso. Foram eles, além de Amaury Bitetti e Carlson Grace Jr., os que mais contribuíram para a minha formação até chegar à faixa preta. Em 1997, quando era faixa roxa, abri minha academia na garagem de minha casa, na Urca. Mas ao mesmo tempo, cursei educação física, treinei muito até chegar à faixa preta, em 2000, e tive o privilégio de viajar bastante com o jiu-jitsu para trabalhar, por países da Europa, Canadá e Estados Unidos, onde participei de grandes campeonatos.

Quais as suas principais conquistas no esporte?

Fui 3 vezes campeão do mundo pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), na categoria master; vice-campeão mundial na categoria adulto; ganhei 9 vezes o internacional de master e uma vez o absoluto. Mas, para além dos títulos, ter viajado tanto e conhecido várias culturas é uma grande conquista, que certamente eu não teria tido se não fosse o jiu-jitsu. Além disso, com quase 50 anos, ter uma vida ativa no esporte me faz me sentir jovem, disposto e com a mente equilibrada. Como professor, me orgulho do papel de influenciar, ensinar e inspirar cada atleta a respeitar o próximo, ser humilde e a tirar lições de cada oportunidade.

Na sua opinião, quais os ensinamentos mais importantes do jiu-jitsu?

Então, é isso: o primeiro é o respeito. Dentro do tatame aprendemos a conviver com tantas pessoas diferentes e aprendemos que todos nós somos iguais. Aprendemos sobre respeito e replicamos esse ensinamento para nossas vidas! O segundo é a humildade. Sempre haverá algo novo a ser aprendido, uma situação nunca vivida antes. Todos sempre podem evoluir. E, por último, é saber perder. Não existe derrota sem aprendizado, e mesmo lutadores experientes são subjugados de vez em quando, tirando lições de cada oportunidade e procurando melhorar.

Qual a principal diferença do jiu-jitsu comparado a outras artes marciais?

A diferença do jiu-jitsu para outras artes marciais é que, independentemente do seu biotipo, de sua altura ou seu peso, você pode se sobressair no esporte. As disparidades físicas não são uma barreira, temos que respeitar todos como iguais, companheiros e adversários. Qualquer um pode ser um grande lutador.

 

 

 

 

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